sábado, 5 de maio de 2012

238 - Contribuição do Pai Jomar (PORTUGAL) para o Fórum Internacional Permanente

Sou Bàbálórísá Jomar d'Ògún, Pai de Santo de Candomblé Nação Ketu, filho de Yá Paula de Omulu, bisneto de Santo da saudosa Yá Olga de Alaketu do Ilé Asé Mariolají e atualmente ligado ao Ilé Asé Opô Afonjá após a minha adopção como filho de Santo pelo Bàbálórísá Aristides de Oliveira Mascarenhas (Pai Ari d'Ajagunã) do Ilé Asé Opô Ajagunã ; sou ainda Coordenador Internacional da FENACAB (Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro), Balogún (titulo único e intransmissível em vida) do Candomblé Ketu, já distinguido internacionalmente com dois Adjás de Ouro (Troféu Axé Bahia) e Ordem de Mérito Religioso.
Sou Fundador e Agabá (dirigente) do terreiro de Candomblé Ilé Asè Omin Ògún, um dos terreiros de Candomblé Ketu mais conceituados, importantes e representativos da Europa, que conta com cerca de 60 filhos de Santo, localizado na Sobreda - Almada, Portugal.
Relativamente ao tema do blog, a diversidade nas religiões Afro-Brasileiras, deixo a minha opinião sucinta e resumida, uma vez que este é um tema aberto a grandes discussões, impossível de resumir em apenas algumas linhas.
Penso que a diversidade é algo de muito positivo, desde que obedeça, respeite e siga o fundamento próprio de cada Culto e Nação. De facto, as formas e formulas do Candomblé Ketu, Angola e Jeje, da Umbanda e Santeria, por exemplo, são diferentes entre si. E são precisamente essas diferenças, naquilo que é sagrado, que proporcionam diferentes caminhos e rotas para se chegar a Olorum (Deus), escolhendo cada um a estrada onde se melhor se sente, à qual mais facilmente de adapta e onde se sente feliz na sua vida espiritual. Isso é que importa verdadeiramente, uma vez que feitas de forma correcta, todas as religiões Afro-Brasileiras são igualmente válidas.
O que não pode acontecer, sendo neste ponto que acaba a salutar diversidade e começa a degradação daquilo em que acreditamos, é misturar aquilo que não é misturável, ou seja, modificar e alterar por conveniência própria o que esta instituído desde há vários milénios (no caso de Candomblé) e desde há vários séculos (no caso da Umbanda).
Sendo verdade que cada Pai e Mãe de Santo na sua Casa é Rei ou Rainha, tendo todo o direito de fazer as suas próprias regras e preceitos, também não deixa de uma ser verdade absoluta que aquilo que é o awô, o trabalho na religião e o FUNDAMENTO, é imutável e está perfeitamente definido para aqueles que o sabem.
Por isso, sejamos os melhores naquilo que escolhermos fazer; cultuemos de forma consciente, pura e salutar os nossos Orísás, Caboclos, Pretos Velhos ou Encantados. Mas faça-mo-lo respeitando os seus ensinamentos, sem Lhes pretender sobrepor as nossas conveniências..
Apenas assim existirá diversidade; apenas assim existirá respeito; apenas assim existirão os caminhos das Religiões Afro-Brasileiras.

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